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Minha escolha de mudar de curso

  • Douglas dos Santos
  • 2 de dez. de 2015
  • 3 min de leitura


Olá! Me chamo Douglas dos Santos, tenho 22 anos e iniciei minha graduação em Física pela Universidade de São Paulo em 2013. Ao longo de todo meu trajeto pela universidade passei por inúmeras disciplinas desafiadoras, tais como Cálculos, Álgebra Linear (que me fez quase ficar louco), entre outras. Entretanto à medida que o tempo passava mais eu me questionava do por que eu estar fazendo física, eu não tinha o perfil, eu não tinha a aptidão necessária para o curso, eu não conseguia entender a aplicabilidade do que eu aprendia nas salas de aula, para mim era um verdadeiro mistério.


No meio de tantas dúvidas tive o prazer de assistir um colóquio sobre a área de pesquisa de doenças, com um professor da Unifesp, e isso me encantou plenamente, me fazendo ver que eu estava realmente no curso errado. Minha primeira reação foi procurar cursos que me possibilitassem trabalhar diretamente com a área de doença. Em meio a inúmeros cursos, eu encontrei a Ciência Biomédica, curso também da USP, que tem um enfoque muito preciso naquilo que eu queria: fazer pesquisa! Eu tentei transferência interna, infelizmente não foi possível.


Posteriormente, chegou a hora de encarar a parte realmente desafiadora: como contar aos meus pais? Como dizer a eles que todo o esforço e o dinheiro investido em mim seriam completamente desperdiçados? Como eu poderia dar esse desgosto a minha família, sabendo que faltava apenas dois anos para concluir o curso? Me torturei imensamente por tais questões, até que em uma discussão com colegas de curso me fez perceber que não adiantava mais eu investir em Física, eu já não me dedicava mais, me sentia completamente frustrado ao estudar aquilo que eu não gostava. Estava estudando cada vez menos, minhas notas, que antes eram boas, começaram a decair.


Tomei coragem e decidi contar a minha família sobre isso, a notícia claramente não foi bem recebida, meus pais quiseram ver minhas notas, tive que passar meu ID e SENHA do Júpiter, sistema de cadastramento de notas da USP, para eles olhassem e concluíssem que eu não estava saindo por nota, mas sim porque eu não gostava do que estava fazendo.


Depois do choque inicial, minha família decidiu aceitar minha decisão e eu voltei para casa, onde atualmente me preparo para a segunda fase da Unesp e da Fuvest. A decisão de mudar de carreira é sempre desafiadora, você precisa enfrentar pais, amigos e até mesmo pessoas que você nem conhece direito, que apontam o dedo e dizem que a sua decisão foi errada. Eu sou muito jovem para me limitar, eu tenho uma vida inteira pela frente. Quando entrei no curso de Física eu tinha a plena convicção que era a que eu realmente queria, infelizmente eu estava errado. Entretanto, eu não me sinto frustrado ou qualquer coisa do gênero, foi realmente maravilhoso sair de casa, conhecer novas pessoas, enfrentar uma vida diferente, com desafios a cada dia.


Então, se você não está feliz no que está fazendo, não se limite, você pode desistir, pode recomeçar, pode sim dar o braço a torcer, o que você não pode fazer é continuar algo que você não gosta, algo que lhe frustra, que não lhe traz satisfação pessoal. Por fim, se permita sonhar, se permita expandir o seu leque de possibilidades, a vida é muito mais do que alguns acidentes de percursos, no meio de tantos erros o verdadeiro significado de viver está ali, escondido, esperando para ser descoberto. Se permita fazer essa descoberta.

-- Depoimento de Douglas dos Santos (Ex-aluno de Física na USP e atual vestibulando para Ciencias Biomédicas)

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